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Trindade antes de Nicéia? Não mesmo! - Parte 01

R. P. C. Hanson, professor de teologia, diz: “Não há teólogo na Igreja Oriental ou Ocidental antes da erupção [no quarto século] da Controvérsia Ariana que de algum modo não considere o Filho subordinado ao Pai.” — A Busca da Doutrina Cristã Sobre Deus (em inglês).

O professor Hanson diz que o período em questão (o quarto século) “não foi uma história da defesa de uma convencionada e estabelecida ortodoxia [trinitarista] contra os ataques de franca heresia [arianismo]. Sobre o assunto que primariamente estava em discussão, ainda não havia uma doutrina ortodoxa”. Ele continua: “Todos os lados criam que tinham a autoridade das Escrituras a seu favor. Cada qual rotulava os outros de não-ortodoxos, não-tradicionais e antibíblicos.”

Will Durant diz: “O próprio Celso [oponente do cristianismo, do segundo século] havia sarcasticamente observado que os cristãos ‘se dividiam em muitas facções, cada um desejando ter o seu próprio partido’. Lá por 187 [EC] Irineu colecionou 20 variedades de cristianismo; em 384 [EC] Epifânio contou 80.” — A História da Civilização: Volume III — César e Cristo.

The Encyclopedia Americana diz: “O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento.” A The New Encyclopædia Britannica (Nova Enciclopédia Britânica) menciona um dos fatores principais que resultaram em raciocínios distorcidos: “Os cristãos que tinham conhecimento de filosofia grega passaram a sentir a necessidade de expressar a sua fé em termos dessa filosofia, tanto para sua própria satisfação intelectual como para converter pagãos instruídos.” Martin Marty declara a respeito da decisão do concílio, de considerar o Filho da mesma substância (consubstancial) de Deus: “Nicéia realmente representava um ponto de vista minoritário; a decisão foi insegura, e para muitos que não tinham o conceito ariano foi inaceitável.” (A Short History of Christianity, de Martin E. Marty, 1959, página 91) De modo similar, o livro A Select Library of Nicene and Post-Nicene Fathers of the Christian Church (Biblioteca Seleta de Pais Nicenos e Pós-Nicenos da Igreja Cristã de Philip Schaff e Henry Wace, 1892, Volume IV, página xvii) observa que “uma posição doutrinária claramente formulada em contraste com o arianismo foi abraçada apenas por uma minoria, embora esta minoria conseguisse prevalecer”. E A Short History of Christian Doctrine, página 53. observa: “O que a muitos bispos e teólogos do Oriente parecia especialmente objetável era o conceito incluído no credo pelo próprio Constantino, homoousios [“de uma só substância”], que se tornou objeto de dissensão na subseqüente luta entre a ortodoxia e a heresia.” O “Nouveau Dictionnaire Universel” explica: “A Trindade platônica, sendo em si mesma meramente um rearranjo de trindades mais antigas que remontam a povos mais antigos, parece ser a trindade filosófica racional de atributos, que deu à luz as três hipóstases ou pessoas divinas que as igrejas cristãs ensinam. . . . O conceito desse filósofo grego sobre a trindade divina . . . pode ser encontrado em todas as antigas religiões [pagãs].” — Volume 2, página 1467. Conforme diz The Church of the First Three Centuries, página 52: “Afirmamos que a doutrina da Trindade foi formada de maneira gradual e comparativamente tardia; que teve sua origem numa fonte inteiramente estranha à das Escrituras Judaicas e Cristãs; que ela cresceu, e foi enxertada no cristianismo, pelas mãos de Pais platônicos; que no tempo de Justino, e por muito tempo depois, a natureza distinta e a inferioridade do Filho eram ensinadas universalmente; e que o único primeiro esboço vago da Trindade passara então a se tornar visível.”


"para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tú és o altíssimo sobre toda a terra. (Salmos 83:18)
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