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É possível Deus ser tentado (provado)?

Essa é mais uma questão que gera polêmica quando o assunto é a Trindade x Unitarismo. É comum vermos unitários argumentando assim: "Deus nunca é tentado a fazer o errado, ao contrário de Jesus que foi".

Em resposta, os trinitários dizem: "E quem disse que Deus não é tentado? A bíblia diz sim que Jeová foi tentado. Portanto, o fato de Jesus ter sido tentado pelo Diabo não serve como prova pra dizer que Jesus não é Deus".

Os textos que os trinitários se referem pra dizer que Jeová Deus foi tentado são os seguintes:

"Contendeu, pois, o povo com Moisés e disse: Dá-nos água para bebermos. Respondeu-lhes Moisés: Por que contendeis comigo? porque tentais a Jeová?" (Êxodo 17:2, Sociedade Bíblia Britânica)

"Tornou-lhe Jeová: Conforme a tua palavra lhe perdoei;porém tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória de Jeová,dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, e todavia me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz," (Números 14:20-22, Sociedade Bíblia Britânica)

"Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer. Repetidas vezes puseram Deus à prova; irritaram o Santo de Israel." (Salmos 78:18, 41; Nova Versão Internacional)

Em contrapartida, os unitários respondem com o texto de Tiago 1:13, que diz: "Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: "Estou sendo tentado por Deus". Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta."

Seria isso uma contradição bíblica? Em que sentido Jeová e Jesus foram tentados? Que explicação lógica existe para conciliar as aparentes citações "contraditórias"? É possível determinamos com o estudo desses textos se Jesus é Deus ou não? Passemos então a analisar essas perguntas.

Conciliando os textos

Em um debate ocorrido entre o apologista da verdade e um trinitário, foram levantadas justamente essas questões apresentadas acima, e temos aqui o prazer de postar a resposta do apologista da verdade sobre esses questionamentos. A resposta dele ao trinitário foi:

Quanto aos textos que você citou (Êxodo 17:2; Números 14:22; Salmo 78:18, 41) sobre “pôr Deus à prova”, entenda o seguinte: Tiago 1:13 torna absolutamente claro que “por coisas más, Deus não pode ser provado” (ou: “Deus não pode ser tentado pelo mal”, Almeida Corrigida e Revisada Fiel).

Assim, era impossível que aqueles israelitas (ou quem quer que seja) conseguissem fazer Deus pecar.

Ao colocarem Jeová à prova de forma errada, eles na verdade estavam testando sua paciência, estavam o ofendendo, o que exigia de Deus uma ação, ação que ele tomou em cada um desses casos, para fazer valer a sua vontade. No entanto, suas ações nunca são um erro, pois é impossível que ele erre, como bem afirmou Tiago 1:13.

Já no caso de Jesus é diferente. O substantivo grego para provação ou tentação é peirasmós. Ele possui dois significados básicos. O primeiro sentido é de “teste”, “prova”, algo que testa a lealdade dos servos de Deus (1 Pedro 4:12), ou que testa a paciência de Deus (Hebreus 3:8). No caso dos servos de Deus, o teste ou provação pode levá-los ao erro. No caso de Deus, o teste o leva a agir em harmonia com seus perfeitos princípios.

Um segundo sentido é o de “tentação”, “incitação ao pecado”. Diferente da provação, que traz insatisfação, constrangimento, irritação etc., a tentação apresenta o pecado como algo agradável. Ou seja, a provação vem com violência, agressividade, humilhação etc, Já a tentação vem com sedução, atração, fascínio.

Esses dois sentidos são demonstrados no Léxico do Novo Testamento Grego-Português de Gingrich e Danker:

πειρασμός, οϋ, ό—

1. teste, prova 1 Pe 4.12. De testar a Deus Hb 3.8.—

2. tentação, incitação ao pecado Mt 6.13; 26.41; Mc 14.38; Lc8.13; 11.4; 22.40, 46; At 15.26 v.l.; 1 Tm 6.9; 2 Pe 2.9; Ap 3.10; modo de tentação Lc 4.13.

No deserto, Jesus foi tentado pelo Diabo no segundo sentido. Este tentou seduzi-lo a exibir-se como Filho de Deus por mostrar o seu poder sobre os elementos da natureza (transformar pedras em pães), por mostrar o seu poder aos humanos (como por lançar-se de cima do templo), ou por experimentar o “usufruto temporário do pecado” (por aceitar de Satanás “todos os reinos do mundo e a glória deles”).

Note que Satanás não tentou forçar Jesus, não tentou ameaçá-lo. Antes, tentou seduzi-lo, atraí-lo ao pecado.

No caso de Jeová, é impossível quer prová-lo quer tentá-lo. Isto porque, no primeiro caso, é impossível atentar contra a sua integridade. Afinal, ele é Todo-Poderoso. No segundo caso, é impossível atraí-lo ao pecado, porque ele não peca. Ele é santo no mais elevado grau. – Apocalipse 4:8.

Fica sempre de pé o enunciado de Tiago 1:13: “Por coisas más, Deus não pode ser provado” (ou: “Deus não pode ser tentado pelo mal”, Almeida Corrigida e Revisada Fiel).

Por outro lado, Jesus podia errar. Ele é chamado de “o último Adão”. (1 Coríntios 15:45) Assim, ele era equivalente ao primeiro homem, Adão, antes de este pecar. Jesus era, portanto, um humano perfeito, mas com livre arbítrio.

Se não pudesse pecar, então a sedução proposta pelo Diabo não seria uma tentação, ou sedução. As Escrituras poderiam ser acusadas de relatar um embuste, ou farsa. Mas, como “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2 Timóteo 3:16), e “é impossível que Deus minta” (Hebreus 6:18), os relatos sobre as tentações de Jesus revelam exatamente isso – que Jesus foi tentado pelo Diabo e que, portanto, sua lealdade a Deus foi testada. (Fim da resposta do apologista)

Diante dessa ótima análise, conseguimos achar as respostas às perguntas citadas acima e chegamos as seguintes conclusões:

1) A bíblia não é contraditória (É o que esperamos por ser um livro de Deus)

2) Conseguimos provar que Jesus Cristo não é O Deus Todo-Poderoso, pois ele foi tentando a pecar, coisa que seu Pai, Jeová, não pode ser.


"para que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tú és o altíssimo sobre toda a terra. (Salmos 83:18)
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